sábado, 15 de maio de 2010

Entre cervejas e coxinhas verdes

Ontem a noite resolvi passar por uma experiência antropológica.

Era sexta. As pessoas querendo se divertir e saindo por aí. Havia uma festa na biologia que eu não quis ir pra não esbarrar com gente desagradável. Além de detestar festas onde as pessoas fingem se divertir no meio de meio mundo de seres absolutamente desinteressantes e música ruim.

Saí sozinho. Entrei na favela São Remo e parei em cada boteco que encontrei. Rompi minha promessa de parar de beber antes de ir pra China e tomei cervejas em todos os lugares. Em alguns comia umas coxinhas meio esverdeadas.

Conversei com umas pessoas. Prostitutas, velhos desesperançados que jogam sinuca esperando a morte chegar, bandidos... enfim, muita gente como qualquer uma que eu encontro todo dia, em todos os lugares. Só o contexto social era diferente. O que mudou foi a percepção das chances de ter o corpo ou a alma assassinados. Temi pelo meu corpo mais do que pela minha alma, se é que você entende. Eu não faço parte daquele lugar. Era novidade.

Já a minha alma, essa é assassinada todo dia em lugares socialmente mais respeitosos, onde as bostas das pessoas como eu e você vivemos.

Ontem me senti estupidamente vivo.

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Comprei ontem e já li "o capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio", do Charles Bukowski. Eu adoro esse velho.

Na verdade Bukowski e Heminway são sujeitos que eu adoro ler, mas muito provavelmente odiaria conhecer.

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Também terminei de ler "orgulho e preconceito e zumbis". Se trata do clássico "orgulho e preconceito" da maravilhosa Jane Austen, com "enxertos" e adaptações para inserir zumbis e ninjas na história. O responsável por isso se chama Seth Grahame-Smith.

O resultado é muito bom e histericamente cômico.

Mas, é claro, essa é uma opinião bem pessoal de um sujeito (eu) de gosto profundamente duvidoso.

5 comentários:

Miss Sbaile disse...

Quanto nihilismo! Se você curte Bukowski, assista "Barfly". A bebedeira eleva o estado de espírito, enquanto o nihilismo só nos leva à decepção.

Luizinho disse...

Na verdade eu sou menos nihilista do que simplesmente chato. Enfim, sou só um mala sem alça em uma fase pé no saco. Nietsche era um pé no saco. Assim como toda aquela cambada nihilista pós-nietsche.

Enfim, chato.

Luizinho disse...

...e estou louco pra ver Barfly... falta encontrar...

Anônimo disse...

www.twitter.com/BukowskiDiz

Mari Lee disse...

Ouvi dizer q "Orgulho e preconceito e zumbis" vai virar filme...