sábado, 26 de dezembro de 2009

Cora Coralina é uma velhota bem bacana

A ciência é uma prostituta por quem eu me apaixonei. Quero tirá-la dessa vida, mas é sempre ela quem me tira da minha.
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Hoje fui no museu da língua portuguesa. Baita lugar legal.

Crianças clicavam freneticamente em palavras de línguas africanas pra saber o que signicavam.
Isso é bem legal.
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Cora Coralina é uma velhota bem bacana.

sábado, 19 de dezembro de 2009

OK, ultimamente estou cantando canções que incomodam bem

Outro dia tive um excelente papo com a Dani. Um amor de criatura! Novinha que só ela! Porém, uma real conhecedora de música. De música e da alma da música.

Foi bom, pra variar, conversar com uma musicista. Uma que entende os limites que os bastiões do assunto impõem, e que acha isso tudo uma besteira. A Dani ainda vai viver tanta coisa... mas quando ela abriu a boca pra falar do assunto ela me colocou no bolso. Sem se exaltar, do jeitinho dela, só me mostrando verdadeiro conhecimento. Uma delícia de papo no meio de um café de uma livraria.

Pessoalmente (e essa é uma posiçao bem particular, Dani a parte, não quero envolvê-la nas minha revoltas e colocações mal humoradas), apesar de tudo poder ser encarado por um ângulo musical, até uma criança batendo uma pedra em outra, não é toda porcaria que os tais bastiões classificam como porcaria e que os modernosos chamam de revolucionário, que deixa de ser uma bela de uma pobreza.

Hermeto Pascoal sim, entortou o que era certo e fez algo rico e de qualidade, transformou o errado em genialidade. O dissonante em agradável. Goste você disso ou não.
Villa-Lobos enfiou elementos nada usuais em sua música, e o leitor pode, a vontade, chamar o que ele faz de chato, eu realmente não estou nem aí pro seu gosto musical.

Então, não me venha empurrar coisinhas pop goela abaixo... sex pistols, radiohead e etc podem ser agradáveis para certos ouvidos, e não questiono que façam música de verdade.

Mas, por favor, né? Coloquemos as coisas nos seus devidos lugares.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Vou ali e não sei se volto

Com mil demônios.

Tem sido difícil viver nos últimos tempos. Logo eu que sempre fiz piada da minha desgraça e miséria, logo eu que me chamava de idiota, estúpido e palerma sem usar qualquer uma dessas palavras, o tempo todo. Logo eu que sempre me perdoei no momento seguinte.

É o que acontece quando se é fagocitado. É o que acontece quando te convencem que a vida é séria. É o que acontece quando te fazem sofrer (existe coisa mais idiota?).

O álcool tem ajudado. Mas como não quero morrer de cirrose, de desilusão, ou de desgosto:

- Está decretado que, como diria Caio Fernando Abreu, eu vou ali recuperar uns sorrisos e não sei se volto.

- Está decretado que volto a escutar as músicas pra fazer sorrir que a Pat Narizinho me mostrou uma vez.

- Está decretado que só a minha mãe presta. Até que me provem o contrário.

Agora dá licença que vou no bar me despedir de umas coisas cretinas que se entranharam em mim ultimamente.

Saúde!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

EU SOU SENSACIONALISTA! (em letras garrafais)

Pessoas desconhecidas têm a estranha tendência de me contarem a vida delas. Eu não sei exatamente porque, não sou a pessoa mais simpática do mundo.
Outro dia fui a um BARBEIRO (yeah! barbeiro de verdade, não cabelereiro) e ele me contou toda a sua infância em Portugal até o momento que constituiu família no Brasil (essa história mereceria um post a parte). A segunda parte ficou pra quando eu voltasse para aparar as madeixas (que me restam).

Ontem o taxista resolveu que eu era o recepiente ideal para as palavras que saiam da boca dele, me mostrando tudo o que tinha passado.

Nada trágico. Sem sangue, mortes horríveis, traições escabrosas, explosões ou metralhadoras.

É por isso que fui ver "Bastardos Inglórios" do Tarantino. Era o que faltava na minha vida.

Quando contar minha história pra alguém eu vou exagerar muito.

E garantir que o expectador não morra de tédio.


sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Eu quero

As vezes a gente tem certeza do que quer. Mas a verdade é que não sabe de nada.
Descobri que não queria o que achava que queria.
Acho que quero algo que achava que quis mas que não quis mais e agora quero de novo.

Às vezes acho que queria ser mais pragmático.

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Obrigado, Fay! Você é essencial! Muito importante! Muito importante! :)

sábado, 31 de outubro de 2009

Eu não acho que tenha mais "estômago social". Desculpem-me.

Eu tenho defendido o meu país, apesar da tentação de ir embora daqui (e poderia muito bem fazer isso hoje mesmo).
Me considero uma pessoa educada, racional, com senso de cidadania, bá blá blá... e, com uma pitada de prepotência, acho que poderia ajudar a nação de alguma maneira. Há muitas, muito chatas pra listá-las aqui.
Porém, ontem vi um vídeo de alunos da UNIBAN gritando desesperadamente em direção a uma aluna que resolveu ir para a universidade com uma minissaia vermelha. Me lembrou o Taliban.
A menina saiu escoltada pela polícia, chorando, correndo o risco de ser agredida por um monte de universitários que, em um coro selvagem e covarde, gritavam "PUTA, PUTA..." . Isso foi bem assustador. Tive náuseas ao assistir, de verdade. Cheguei a esperar que os universitários atirassem pedras na moça.
A Europa nunca me pareceu tão atraente, confesso. Há barbaridades em qualquer lugar, mas isso aqui já está extrapolando qualquer limite.

Pra quem tiver "estômago social":
http://www.youtube.com/watch?v=d7ebViB847I&feature=popular

domingo, 4 de outubro de 2009

Camão

Comprei uma cama. Linda, confortável, colchão de mola. Quando os entregadores vieram entregá-la aqui em casa o céu, que estava terrivelmente nublado, se abriu e um facho de luz divina atingiu o homem que carregava a cama nas costas. Juro que ouvi as trombetas angelicais tocarem junto com a perspectiva de eu finalmente ter uma noite em cima de uma cama.
A porta da minha casa foi aberta por mim como se eu acessasse o Éden novamente...

Iiiiiih, essa cama não passa por essa escada, não... - Me falou o entregador mor, portador da notícia que destruiu meu coração.

Hoje eu escrevo este post da sala, são 1:03 da manhã. Alguém quer comprar uma cama de casal? Linda, confortável, colchão de mola...

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Anteontem (sexta) eu fui ao ar dando uma entrevista para o Globo Repórter. Apesar de uns cortes bizarros e sensacionalistas, a reportagem até que não foi das piores.

http://www.youtube.com/watch?v=rF2TxNqvVMY

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Supimpa

Supimpa. Aluguei uma casa com minha amiga Olívia. Fica bem pertinho da USP, uma beleza, não gasto com transporte. Fiquei amigo do homem que entrega água e do senhor que faz a segurança na rua. Plantei um pé de pimenta, salsa e outras coisas, uso caixotes de feira como mesas e como no bandeijão, acabei de comprar uma cama e uns livros, varro a casa às vezes e lavo a louça, além de lavar roupa e pendurá-la (continuo andando amassado, porque não sei passar a ferro), cozinho bem mal, tem um pé de siriguela no quintal e o cachorro da Olívia faz xixi nele, só xixi, cocô não.

Enfim, tudo é estranhamente novo. Quando ficar velho eu saio novamente pra algum lugar longe, onde eu vou estudar algum bicho esquisito.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

E essa agora?

Hoje eu acordei bem feliz aqui em Gilbués.
Saí por aí e o Chico (cão), como de costume, me seguiu o tempo todo, colocando a cabeça embaixo da minha mão uma vez ou outra pra receber um afago.
Passei pelos lugares onde tinha que ir e as pessoas olhavam para mim e acenavam com a cabeça, de um jeito interiorano com o qual eu já estou bem acostumado. Meu rosto avisava todo mundo que eu estava nu e as pessoas viam o meu coração bater dentro de mim.
Aí uma borboleta pousou na minha orelha... ...na minha orelha! Pensei em alguém que diz se sentir nua sem brincos e me senti vestido.
Hoje eu estou bem feliz.

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Na semana passada o Francisco José da Rede Globo me entrevistou, para o Globo Repórter, e filmou os meus macacos.
Ele é um cara bem bacana. Além disso, encher a cara com o cinegrafista e o técnico foi bem engraçado.

Ouvi cada coisa sobre essas pessoas famosas das novelas que eu não conheço... Tenho certeza que muita gente adoraria ouvir... mas eu esqueço os nomes, me desculpem.

Acho que vou ao ar, falando um punhado de besteiras, em setembro.

domingo, 24 de maio de 2009

Ai, Jesus...

Eu estou meio desligado do mundo civilizado.

No entanto, outro dia ouvi dizer que a Madonna está namorando o Jesus.

Deus não vai gostar nada disso e Bento XVI tá ferrado, afinal ele é o representante dessa gente na Terra, não é?

Pra completar, Jesus é brasileiro e se chama Jesus Pinto da Luz...

...Vai ver foi por isso que a Madonna gostou tanto dele.

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Amanhã é dia do orgulho nerd!!!!


Me desejem paz e prosperidade!


terça-feira, 19 de maio de 2009

Menó!

- Ai, ai... - Disse a Maria.

- Ô mãe! Má a sinhora tá sempre cum dô! - Falou o Marcão, filho da Maria.

- Ai... acho que é a tal da menopausa, meu filho - Arriscou a Maria, com seu sotaque aberto de nordestino.

- Menopausa???? - Marcão foi enfático

Eu juro que a frase a seguinte do Marcão é verídica...

- Se a sinhora tá assim com a menopausa... ...imagina quando chegá a MAIÓ PAUSA!!!

domingo, 12 de abril de 2009

Feliz Páscoa, senhor!

Estou passando a páscoa sozinho, preparando dados para apresentar em um congresso.
Então fui almoçar no horrendo e monstruoso shopping Recife.

Quando passei pelo cantinho das crianças, um lugar cheio de brinquedos, babás e video games para os pequerruxos brincarem enquanto seus pais fazem compras, eu me assustei.

AAAAAH! MATEI!! MATEI!! MATEEEEEI O COELHOOOO! AAAAH! AH! AAAH! - Gritou uma criança angelicalmente lourinha, totalmente descontrolada enquanto jogava um joguinho no vídeo game. Um desses em que se espanca o inimigo até a morte.

Essa foi uma frase bem gozada para se escutar na páscoa.

Feliz Páscoa, senhor Charles Manson.

Com amor,

Luizinho


quarta-feira, 1 de abril de 2009

Amsterdan Maximator

Amsterdam Maximator. Esse é o nome da impressionante cerveja holandesa, cheirosa e saborosa que bebi ontem.

Como todas as pessoas que me conhecem sabem, eu sou um fracasso quando o assunto é bebida alcoólica.

Tomei uma lata de meio litro de Amsterdam Maximator 11.6% de álcool.

Novamente, como todas as pessoas que me conhecem sabem, eu sou um candidato a pesquisador ranzinza que insiste em abordar as desgraças do planeta com um humor sarcástico e bastante sem graça.

Ontem, as redondezas da casa da minha mãe pareciam um paraíso cheio de cor e alegria. Mesmo sendo quase 21h, mesmo eu sendo míope.

Telefonei para duas queridíssimas amigas e expus minhas idéias sobre o presente e a coincidência cósmica, feliz e infeliz, de estarmos compartilhando uma série de experiências. Realmente a coincidência temporal e espacial é magnífica e é fonte de enorme fascínio da minha parte.

Gritei para os pedestres e para os ciclistas enquanto mandava-lhes beijos pelo ar, com a trilha sonora das gargalhadas de uma amiga carioca que se divertia do outro lado do fio do orelhão.

Nesse exato momento estou bebendo Norteña, uma cerveja uruguaia que vem em uma garrafa de 1l.

Ela não tem 11.6% de álcool. É uma cerveja comum e bastante desinteressante.

No entanto, a Norteña é a responsável por este post esplendoroso.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Ah não. De novo...

Andei ligeiro. As árvores passavam depressa e os pássaros emitiam os primeiros ruídos da manhã, tudo isso à beira das maravilhosas serras de arenito "vermelho-nascer-do-sol" do sul do Piauí. Na minha cabeça só havia ansiedade em relação aos macacos que tínhamos deixado em um local na noite anterior, o mesmo para onde nos dirigíamos agora, no pé da serra.

Então, tudo parou. E eu abri a cabeça novamente.

Dessa vez foi um galho que teimava em crescer a uma altura menor do que a minha cabeça costuma ficar.

Um filete de sangue escorreu.

-Ah! Não! De novo! - Disse eu.

Enfim, não parei nem voltei por causa disso. Dessa vez não. Continuei trabalhando, maravilhado com o cotidiano macacóide dos fantásticos macacos piauienses.

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Estou em Brasília, esperando o avião que só sai 19:15. Outro dia conto outra coisa qualquer.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Ai, manhê!

Um escorpião subiu no meu braço. Foi no banheiro da casinha do projeto, lá na escuridão total do meio do mato do Piauí.

Escorpiões fazem um barulho terrível quando estão estressados. Achei que eles não faziam barulho nenhum.

Quando eu me agitei e pulei depois de descobrir a pessoa do escorpião em cima de mim eu imediatamente empunhei um pé das minhas havaianas pretas com uma bandeirinha do Brasil e, de uma forma bem ridícula, dei umas trezentas chineladas no bicho depois que ele caiu no chão.

Escorpiões não morrem como baratas, além de fazerem barulhos horrendos, têm uma carapaça dura.

-HÁ! – Disse eu depois da primeira chinelada. Se regredisse um pouco mais eu o teria comido.

Passei metade da noite analisando se não tinha levado uma esporada.

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Outro dia eu fui para a casa da Maria jantar. A Maria é a senhora que cozinha e arruma as coisas na base do projeto Ethocebus.

A família toda tinha ido andar alguns quilômetros na noite do meio do mato para ir à casa da vizinha (Mãe Du), que tem uma televisão alimentada por um gerador a diesel. A TV e o gerador são ligados na hora da novela (A favorita).

Então, ali, sozinho, à luz das candeias, dentro de uma casa extremamente humilde construída com tijolos feitos pela família, eu abri minha cabeça.

Literalmente.

As portas são muito baixas e eu enfiei a cabeça no batente. Sangrou e eu fiquei tonto. Mas sobrevivi.

Lavei o corte, passei uma pomada cicatrizante e antibacteriana e fui dormir.

-Parece corte de facão. – Me animou o Marcinho no dia seguinte.

Acho que algumas idéias me fugiram da cabeça.

Outras ficaram cortadas pela metade.