quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

No entanto eu fico vermelho quando tomo sol.

Percebo que sou uma fraude.

As pessoas mais próximas me informam que sou arrogante. As não tão próximas afirmam que sou inteligente. Aproveito-me disso. O meu semblante de sujeito culto e minha tez de gringo já me abriram diversas portas e continuarão a abrir.

Outro dia fui renovar minha CNH e uma senhora do DETRAN me retirou gentilmente da enorme fila para a qual fui direcionado e me levou para uma confortável cadeira na frente da mesa dela.

Atendeu-me prontamente perguntando:

-Veio tirar habilitação para estrangeiros?

Eu não fui tirar habilitação para estrangeiros. Os mangues de PE são bem conhecidos por mim e nasci no pé do cais de Santos. Mas a confusão me resolveu boa parte da burocracia imposta às pessoas de semblante xucro e tez mais adequada ao sol implacável do nordeste brasileiro. Minha brancura é devida a algum holandês, alemão ou italiano infeliz que caiu por essas terras, fugindo de alguma grande guerra.

Essa mentalidade de colonizado ainda me oferece benefícios.

Como é que se faz para começar uma carreira de coronel?

domingo, 23 de janeiro de 2011

As coxas sufocantes da mulata

Outro dia um deputado me ofereceu charutos cubanos, dos que o Fidel fuma, bradando, sorridente e fanfarrão: "esse rapaz ainda vai vai ter o mundo a seus pés!!".

Eu disse que não fumava. Ele então não me deu os charutos, dizendo que, já que eu não fumava, eu os usaria para me afundar nas coxas de alguma mulata.

Não entendi bem, apesar de ter alguma idéia sobre a confecção de charutos cubanos e coxas de maravilhosas negras portentosas, mas pensei em pedir um cargo político.

Quem sabe algum dia eu vire um deputado e possa comprar meus próprios charutos do Fidel.

Afinal este pseudo gringo branquelo aqui gostaria muito de se afundar, de algum modo, nas coxas das tais mulatas.

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Só um sujeito muito perturbado choraria, assim como eu fiz, ao ler o final de "Memórias do subsolo".