quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

A classe média é importante

- A classe média é muito importante! É muito importante a classe média... Ninguém sobe pra classe média assim... porque o poder econômico da classe média é importante...

Hoje, voltando do cinema um cara com jeitão de yuppie veio falando isso no meio da rua. Aparentemente para algum amigo invisível.

- A classe média é muito importante. O poder econômico da classe média é importantíssimo... Você é da classe média? – O sujeito se dirigiu a mim.

- Bom... Eu a-acho que... ééé... depende...

- Depende? Você deve ser classe média. Você tem cara de classe média. Você deve se orgulhar! A classe média é muito importante.

-É... eu... eu não sei... eu sou pós-graduando... tô mais pra miserável... – Respondi meio inseguro.

- Pós-graduando? – O moço fez uma pausa para pensar e olhou de maneira enigmática para o amigo invisível como se buscasse a sua aprovação em alguma ligeira discussão

-Pós-graduando também é muito importante! Significa que você não morreu na graduação. Se você é pós-graduando significa que continua vivo depois da graduação.

Fiquei muito feliz e aliviado depois de ouvir o doido (a essa altura, depois de pensar muito, eu comecei a desconfiar que ele era maluco) me explicar aquelas coisas quando passei por um mendigo deitado ao lado de dois sacos, no meio da calçada.

-Esse não deve ser da classe média. Será que ele é importante? – Pensei eu agora com o meu amigo invisível. – Vai ver é pós-graduando!

E deixei de ficar tão contente assim.

Diabos! Preciso do doido pra me esclarecer mais algumas coisas.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Passa o ponto logo!

Hoje fui na USP. No caminho, de dentro do ônibus, vi um bar muito interessante.

O estabelecimento se chamava Che, e o logotipo era a assinatura do homônimo famoso (o Guevara). Enfim, uma nítida homenagem de um admirador político ou de um jovem empresário precoce e rico que nem sabe direito quem foi o homenageado, mas que tem uma camisa do próprio e que sabe que muitos jovens na mesma condição têm camisas semelhantes (achei mais provável).

Acima do logotipo podia se ler em belas letras maiores do que o nome do bar: “HASTA LA VICTORIA SIEMPRE”, frase creditada ao foco da discussão aqui (ao Guevara, e não ao bar, que não pode falar).

Lembrei das notícias recentes referentes a Cuba e ao patético agasalho esportivo de Fidel Castro. Uma sombra bem deprimente do que essas coisas todas parecem ter representado um dia. Tudo bem diferente do clima do bar, moderno, aconchegante, bem cuidado e em uma ótima vizinhança.

Bom, abaixo de tudo isso, em uma faixa suja e esfarrapada, com letras vermelhas, encontrava-se:

“PASSO O PONTO!”.

E entendi tudo.

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A coisa mal escrita aí de cima me fez lembrar do “JESUS CRISTO É O SENHOR” que vem em letras maiores e mais chamativas do que o letreiro “Igreja Universal do Reino de Deus” nos templos desta instituição.

“Bom, a mensagem vem antes do que o indivíduo, é ela que importa e não a instituição ou as pessoas”, diria o filósofo socialista ou o pastor.

Mas pensando bem, risque essa baboseira e substitua por: “A propaganda é a alma do negócio”.

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Eu nunca vi tanta mulher grávida na minha vida. A cada esquina encontro duas ou três.

Há algumas hipóteses para isso:

- Há 8 ou 9 meses o universo entrou em uma conjunção e deixou todas as pessoas taradas por um breve período;

- Depois de ver o filme “Juno” de Diablo Cody, eu fiquei obcecado por mulheres grávidas e meus sentidos estão muito mais sensíveis à presença delas;

- À medida que meus planos de ser pai vão se afastando meus instintos cismam em me chamar de volta, me mostrando, lógica e inconscientemente, mulheres prenhes.

Faz sentido. Mas não tem a menor importância.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

A anã e o robô

Em Santos novamente.

Cheguei ontem e fui comer com um casal de amigos em uma espécie de mercado/padaria/lugar aonde gente com os cabelos bem cortados e cheirosos vão comer brioches.
Sentamos na mesinha (na verdade sentamos nas cadeiras que estavam próximas à mesinha) e uma mãe (?) e suas duas filhinhas (?) sentaram na mesinha ao lado.
Uma das meninas parecia ter uns 8 anos e a outra uns cinco, a mãe era jovem, bonita e tinha dois brincos com brilhantes pendurados em orelhas acopladas em um rosto muito triste.

Enquanto uma garçonete nos atendia, outra prontamente foi anotar os pedidos da família. Surpreendentemente a mãe triste com brincos de brilhantes não abriu a boca. Quem abriu foi a menininha de 5 anos.

-Por gentileza, eu gostaria de um sanduíche em pão integral de forma com peito de peru light e salada. Você tem azeite?

-Sim. - Respondeu a garçonete sem demonstrar a menor surpresa, Como se aquela cena acontecesse todos os dias.

-É extra virgem?

-Sim.

-Ótimo! As laranjas estão boas hoje?

-Sim.

-Então eu gostaria de um suco, por favor. – E entregou o cardápio para a garçonete.

-Ah! E um suco de laranja e uma coxinha para a minha irmã.

-Sim. – Repetiu a garçonete sem nem se dirigir para a jovem mãe de cara triste e brinco de brilhantes.

Juro que imaginei aquela menina acordando de manhã no apartamento luxuoso de sua família (Santos agora tem um monte de prédios luxuosos com novos ricos dentro) e se dirigindo para a cozinha.

-Severina! Meu café, por favor! Preto! Aproveite e traga meu jornal!

-Sim, madame.

-Preciso sair para ir ao cabeleireiro e fazer as unhas. Minha mãe não deve acordar pelas próximas horas pois está entupida de Rivotrill...
-Sim, madame.

O tédio está me deixando sinistro e mau.

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Viajar! Isso! Essa semana vou arrumar minha mochila e vou para Paraty. Chegando lá eu vejo o que faço.
Como os meus planos para o tempo que antecede as disciplinas do mestrado mudaram radicalmente eu vou sair por aí caminhando contra o vento (Mas eu vou levar lenço e documento... além de umas cuecas e outras coisas).

Os ares de outro lugar vão despoluir minha mente.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Luizinho, o crítico musical

Eu ouvi uma coisa tão legal nos últimos dias.

Como bom nerd que sou, eu costumo gostar de coisas bastante bizarras. Caso contrário não tem tanta graça. Por isso a MTV é uma porcaria (radical xiita que cospe na MTV! Grrr!).

“Diablo Swing Orchestra” é o nome do meu achado nestes últimos dias de tédio e melancolia (vejam só, até criei um blog!).

Parece que há uma historinha (fontes não lá tão confiáveis) que diz que por volta de 1501 existia uma orquestra sensacional na Suécia. As apresentações não eram muito usuais (classificadas como muito sedutoras e com músicas tocadas com explícita "paixão" para as pessoas...) e o estilo de vida dos seus integrantes era menos usual ainda para a época. Isso desagradou a Igreja, que, mais tarde no século 16, perseguiu e condenou à morte os integrantes. A orquestra foi denominada como “A orquestra do demônio”.
Segundo a lenda, as famílias dos integrantes fizeram um pacto para que seus descendentes retornassem a tocar juntos anos depois. Esse pacto foi passado em forma de uma carta por gerações até que dois destes “herdeiros” se conheceram de alguma maneira na própria Suécia e ressuscitaram o grupo em 2003. Alega-se que as partituras das canções originais foram apreendidas e queimadas em 1503.

Essa história é bem pouco crível... mas é tão legalzinha (no sentido mais ingênuo e estúpido da palavra).

Enfim, a música, que é o que realmente interessa e é o que tem de mais legal nesse rolo todo. Parece que os membros embutiram em uma coisa só influências de ópera, flamenco, clássico, jazz e heavy metal.
Além dos instrumentos típicos de uma banda de rock, há um violoncelista e a cantora é uma soprano que aplica empostações operísticas em muitas partes das canções. Além disso surgem flautas, pianos, cravos e vários “eteceteras” na salada.

Eu recomendo pra quem é meio pirado: www.myspace.com/diabloswingorchestra


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Saúde é o que interessa parte II

-Ah! Não! Lá vem aquela roupa de ginástica vermelha e branca de novo!

-Luiz, fique na sua... não olhe, não comente...

“Oi! Bom dia!”

“Bom dia! Tudo bem?”

-Pronto, só bom dia!

“Veio malhar ontem?” - Ela pergunta logo ao começar o alongamento preliminar do outro dia! Não olhe! Não olhe!

Olhei.

“Sim, s-sim... eu vim” - Pisei em falso de novo e quase me esborracho. Parece deja vu de anteontem, mas tive que olhar para a senhoura ao responder.

Limpei a baba do canto da boca e saí da esteira. Vou fazer uma musculação qualquer.

Ela começa a falar sobre como a gravidez a fez ganhar peso, blá blá blá... E eu não tô vendo peso nenhum...

-Não olhe!

-Não olho! Mas ela começa a correr como no outro dia! Tarde demais!

-Os coelhos voltam a apostar corrida! Disputam cabeça a cabeça! Danados! Fiquem quietos por um minuto!!

-Deus! Se você existir jogue um raio em mim, agora! ...bom... um raio também não precisa, é exagero meu... manda um jato de água fria que é o suficiente.

Mantenho uma conversa altamente limitada e procuro olhá-la, quando preciso, apenas através do espelho, como se ela fosse algum tipo de medusa que me transformaria em uma estátua de pedra embasbacada à menor olhadela.

A tática falha ao demonstrar que dessa maneira ela na verdade são duas! Logo, quatro coelhos olímpicos saltitantes.

“Olha, hoje não está rendendo, vou parar por aqui! Até mais!” – Saio da sala de ginástica e vou fazer algumas dezenas de flexões no apartamento e tomar um banho de água fria.

É preciso concentração para cuidar da saúde. O meu horário de malhar não está nada bom.
Os coelhos causam muita distração.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

As raposas ninjas de hoje

"Vamos lá! Eu peguei quatro DVDs e estou vendo a luta do Naruto (?) contra a raposa!"

Foi isso que eu ouvi hoje de um menininho no portão da casa de outro menininho quando fui comprar o pão.
Na minha época (aaaah na minha época...) as raposas filosofavam com pequenos príncipes que vinham do espaço atracados em meteoritos.
Nessa época a raposa dizia que você é responsável por quem você cativa. Não era fácil. Não É fácil!

Hoje em dia as raposas saem na porrada com o Naruto.
O mundo está mais pragmático até para as raposas.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Saúde é o que interessa

Pela manhã fui à academia do prédio aonde estou morando. Grata foi a minha surpresa quando uma vizinha (e que vizinha!) entrou e começou a se alongar (e que alongamento!).
Com a minha habitual habilidade puxei assunto com a maior naturalidade (natural como um pinguim no deserto do Saara) e consegui fazer surgir uma conversa sobre a vida, o mundo, política, profissão... tudo muito legal, apesar do alongamento dela ter sido muito mais legal.
Depois ela começou a correr na outra esteira. Neste momento eu literalmente quase caí da minha. As cenas de Baywatch (com a Pamela Anderson correndo na praia com os seios saltando como se fossem dois coelhos depois de cheirar cocaína) vieram imediatamente a minha mente.
Por pouco não precisei dos paramédicos.

Nota para mim mesmo: Correr na esteira só pra impressionar não dá certo, bufar, suar em bicas e ficar vermelho como se fosse ter um ataque cardíaco não é sedutor.

Nota para mim mesmo 2: Botar mais peso nos aparelhos de musculação para as pernas só para impressionar é igualmente um erro. Além dos sintomas citados acima a habilidade de andar sem mancar é perdida temporariamente. Isso definitivamente não é sexy.

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Fui ver "Meu nome não é Johnny" no cinema. Não achei lá grandes coisas. Vai acabar caindo no esquecimento rapidinho para mim, ou meu nome não é Luiz (ok ok, já chega).

Salvo no último minuto!

Ontem foi um dia bastante monótono se não fosse por um detalhe.
De manhã fui à academia, depois ao banco, depois ao supermercado, depois almocei...blá blá...
A noite foi tão engraçada pelo fato de eu ficar conversando com a Naty pelo msn!
Eita Baiana engraçada, inteligente e com cara de boneca feita com madeira de jequitibá!
Muito obrigado Naty! Salvou o meu dia da completa monotonia!! E a noite... Fico devendo um brigadeiro. Mas só um porque a vida de pós graduando não é fácil! :o)

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Como meus planos foram alterados espero matar o tempo das mais variadas formas até março, quando volto a ser o habitual nerd com cara de psicopata por livros.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Foi um fim de semana "frapê"

Ontem cortei o cabelo em um "cabeleleiro"... Devo dizer que normalmente cortava o cabelo ou com minha ex namorada ou com barbeiros. Cortar o cabelo com um "cabeleleiro" em um lugar que tem um nome em inglês do tipo "Hair style" ou alguma bizarrice parecida é novidade pra mim. Ao invés de me oferecerem uma playboy para folhear, uma mocinha me trouxe café em uma bandeja. O rapaz (rapaz?) que cortou meu cabelo fazia perguntas e tomava anotações como se isso fosse uma ciência.
Gostei da experiência, mas algo me incomodou muito. Por toda parte havia mulheres com os cabelos sendo puxados, esticados, tingidos e mutilados.
Quando na saída cruzei com uma jovem a qual tinha seus cabelos puxados por umas três "cabeleleiras" demonstrei minha solidariedade ao parar e por a mão em seu ombro:

-Seja forte!

E saí como se fosse John Wayne se retirando de um saloon cheio de terríveis mal feitores.

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Vamos lá.
Ontem à noite fui a um bar chamado "Chopp Santista" com um casal de amigos e hoje pela manhã encontrei uma grande amiga que eu não via há uns 5 anos. Fomos andar na praia. Legal. Me sinto muito bem! Eba!
Minha amiga deveria se candidatar a vereadora. Eu votaria nela.

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Um dia antes fui comer quiche com um amigo. A atendente era uma gracinha simpatissíssima que nos pediu para voltarmos qualquer dia desses umas 20 vezes (a cada vez que vinha perguntar se queríamos mais alguma coisa).

-Estão gostando? Que bom! Mais alguma coisa? Alguma sugestão? Espero que voltem. Espero... ...que voltem!

Ou ela é a atendente mais atenciosa ou a mais carente do mundo. Na saída cheguei a esperar que ela chorasse, contida pelo segurança:

-Por favooooor! Volteeeeeeem looooogoooo! Estarei esperandooooo!

Mas isso não aconteceu. Acho que foi a gorgeta.

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Voltei a São Paulo pra inventar mais o que fazer.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Que saudade do Glub!! Sniff!

Perder alguém que se ama não é nada agradável.
Quando eu tinha quatro anos eu tive minha primeira perda significativa.
Meu peixinho Glub era um peixe cinzento e feio que vivia em um aquário pequeno demais para o seu tamanho. Um dia ele deve ter caído na depressão e pulou pra fora do aquário. Glub já havia feito algumas tentativas antes e finalmente foi bem sucedido.
Embora eu saiba que hoje ele está com 70 peixinhas virgens no paraíso (que a essa altura não é possível que ainda sejam virgens... a não ser que o meu peixinho feio fosse fêmea, eu nunca tive bem certeza), eu senti muita falta do meu amigo por muito tempo.
Depois dessa eu tive várias perdas, inclusive de humanos (perdas para a vida ou para a morte), e é incrível como a gente arranja artifícios para lidar com isso mas a dor continua sendo a mesma.
Perdi alguém anteanteontem (essa palavra existe do mesmo jeito que tatatataravô deve existir) para a vida.
A vida também já me tirou de outras pessoas... mas ela nunca parou por causa disso.
Quem vai parar por uns dois dias sou eu.

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Estou na casa de Santos de um grande amigo. Acho que já está na hora de fazer a barba, cortar o cabelo e usar uma camisa que não está amassada e suja.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Vamos começar com calma


Hoje eu desço para Santos. Fico na casa de amigos provavelmente até domingo ou segunda.
Cinema e praia.
As aulas começam em março.

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Hoje fiz macarrão com atum.
Altamente sofisticado para o meu cérebro.
Não tinha “gostinho de quero mais”.

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Bom, vou inventar o que fazer.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

1,2,3 e já!


Começou. Cheguei em SP pra fazer definitivamente o mestrado.
Essa coisa aqui vai servir para eu dar notícias aos meus entes e amigos queridos (ou nem tanto) sem que eu precise copiar e colar n vezes diversos e-mails.
Neste exato momento eu não tenho nada o que dizer. Qualquer hora eu volto.
Só pra ficar bonito vou postar uma foto que tirei no meu caminho pra cá.
Boa noite.