sábado, 27 de setembro de 2008

Último post antes de ir embora. Volto um dia.

Hoje de noite eu estava escutando Blues Traveler (pra variar) no metrô, voltando pra casa.

Enquanto o John Popper cantava de maneira mais acelerada e apaixonada a cada segundo (o final da música "Stand"), eu comecei a correr depois que desci do metrô...

Atravessei como um maluco a catraca...

"The answers are getting harder..."

Corri a estação... as pessoas olhavam meio indiferentes.

"The answers are getting harder and harder..."

Subi as escadas para a rua...

"Stand..."

Saí correndo a toda pelo meio da rua...

"Stand and walk..."

Corri até todos os meus alvéolos gritarem por mais ar...

"Stand".

~~

Happiness only real when shared.
Happiness only real when shared.
Happiness only real when shared.
Happiness only real when shared.
Happiness only real when shared.
Happiness only real when shared.
Happiness only real when shared.
Happiness only real when shared.
...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Ordinário

Toda vez que entro em uma loja de roupa a mocinha fala que eu sou médio.

-Ah! Você é médio.

Creio que isso se refere a minha camisa. Porém não páro de pensar que eu sou médio.

Se ao menos eu fosse grande, levemente extraordinário, um pouquinho sensacional, semi especial... Médio é tão medíocre.

Eu queria entrar na loja de roupas e ouvir a mocinha falar:

-Nossa! Você é fantástico.

Mas eu sou médio.

Nós, que não fugimos da curva, temos que lidar com isso de uma maneira particularmente especial.

domingo, 21 de setembro de 2008

Eita, domingo!

Sábado eu vou para o interiorzão do Piauí. Pro meio do sertão. Toda minha vida vai mudar, mas eu já estou mais ou menos acostumado.

Por enquanto eu serei o único pesquisador por lá interagindo com os nativos e com os macacos. O que é fascinante. Olhar pessoas diferentes é interessante.

Bom, em novembro volto pra SP por 3 semanas, aí volto pro Piauí e não faço idéia do que vai acontecer no Natal e Reveillon. Espero inventar uma daquelas coisas que eu vou lembrar quando for velho.

Eu só escrevi isso aí porque estou entediado.

~~

Em inglês, pipa (ou papagaio, dependendo da região do Brasil onde você mora, aquele negócio que voa contra o vento) parece ser bem legal. Parece ser até o presente momento, pelo menos.

É só uma questão de substituir uma letra.

Ah, esse post está imcompreensível.

Eu vou ficar ali jogando uma bolinha de tênis na parede. Vendo se não passa uma pipa por aí.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ai que bicho bravo e fofo!

Tá bom. Os macacos-prego não são as criaturas mais lindas do mundo. Ao contrário do que pessoas que os estudam acham, eu não acho. E os estudo.

A fofura deles não está no que eles parecem ser, seres beges, amarelados, marrons ou pretos, ou tudo isso em um só, e sim no que eles fazem.

Muita gente os acha tão espertos que os chamam de “os chimpanzés do novo mundo”.

Eu fico P e digo: “Eles não são chimpanzés do novo mundo. Eu estudo macacos-prego!”.

Vou me tornar um velho cientista rabugento. Tenho quase certeza.

~~

Ontem saí pelas ruas feliz da vida pra fazer coisas chatas, como ir ao banco e tomar a vacina antitetânica.
No posto de saúde eu expliquei a minha situação e a senhora que ficava lá dentro da salinha das vacinas perguntou pra onde eu ia e o que eu fazia, etc...

-Eu sou primatólogo, vou pro meio do mato no Piauí correr atrás de macacos selvagens.

-Nossa, moço! Que bicho bravo que você estuda!!

Imagina só se eu ficasse na cidade estudando etologia humana.

Que bicho bravo!

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Foto bisonha do dia:



Corra, Katie, corra!

Isso me lembra um filme.

Mas era muito mais interessante do que a realidade da foto.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Upa!

Estava tão frio que não sentia mais o meu nariz, mas no ônibus ficou mais quente e senti cheiro de salgadinho que a criancinha estava comendo, eu parei de comer muito sal, acho que é porque tive cáculo renal, cálculo renal não é aula de anatômia e matemática juntos, é uma dor bem dolorida, minha ex-namorada cuidou de mim, foi bom, não, não foi não, doeu muito, a criança começou a chorar e eu queria ter um filho mas agora eu não quero, estou ficando surdo, não uso mais Ipod porque meu ouvido dói, então vou ler esse livro aqui, macacas primeiro depois margarina, vou ao supermercado comprar banana e mel, eu gosto de banana e mel com aveia, o queijo está muito caro, então porque vivo comprando queijo minas, acho que não vivo sem derivados do leite, ou sem leite,

Upa, calçada, rua, calçada, escada, escada, roleta, metrô,

Semana que vem vou pro Piauí, Tylenol, band-aid, mochila, gelo-gel, buscopan, a moça tem uma faixa bonita na cabeça, eu tenho um gorro muito legal, fica lindo com a minha camisa xadrez, faz muito tempo que não jogo damas, esses jogos me deixam nervosos, como jogo de cartas, preciso escrever uma carta pra minha mãe, minha orientadora tem que assinar pra eu levar pra FAPESP e eu ir embora, minha cadela me faz sentir mais saudades, conheci muitas primas legais que eu não conhecia, incrível, no Piauí todos os cachorros se chamam Chico, muito legal, se eu não fosse biólogo seria antropólogo, ou historiador, mas sou biólogo e gosto de macacos, o ser humano é um primata e eu sempre quis ser o Indiana Jones, nunca o Rambo, o Indiana Jones.



domingo, 14 de setembro de 2008

Cego é a vovozinha! Mas se for hereditário, estamos fodid*s

Olha, eu sei que sempre fico empolgado com filmes que eu acho legais. Mas esse ano troxe duas maravilhas absolutas. Uma é o "Na natureza selvagem" (Into the wild), filme do qual eu vivo falando, a outra eu acabei de assistir. "Ensaio sobre a cegueira" (Blindness).


Eu sou fã do Saramago desde sempre, e livro é livro... Mas o filme também está extraordinário, da fotografia (que é demais!) ao roteiro... achei tudo sensacional. É uma obra prima.

~~

No meio do filme meu celular caiu do meu bolso para o chão. Nem me movi, certamente não encontraria o dito.

No fim do filme, com os olhos embaçados de lágrimas, me ajoelhei e comecei a tatear debaixo das cadeiras, por entre chicletes e pipocas, e nada de encontrar o aparelho.

Duas moças que riam sem parar (de empolgação por terem visto um filme tão bom, creio eu) começaram a achar minha postura meio excêntrica, e sem ter como me explicar pela dificuldade em achar o celular só me restou dizer:

-Ensaio sobre a cegueira, né?

~~

A barriga do cara que sentou do meu lado não parava de fazer barulhos altíssimos. Rezei pra ele não deixar escapar gases.

Ele falava altíssimo também.

Acho que pra disfarçar o som da barriga. Tinha uma moça do lado dele, e pela conversa era a primeira vez que saíam a sós.

De ódio passei a sentir pena do pobre.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Ai, meu cerebelo machucou.

Estamos aqui cheios de certeza (Opa! Falei agora como o Pelé, me referindo a mim de um jeito esquizofrênico).

Mas temos que dar à certeza o benefício da dúvida. Eu posso ser burro, e talvez por isso considere essa atitude um sinal de inteligência.

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-Iiiiih! Óia manhêêê! A minina bunitaaa!

Disse o menininho na frente da banca de revistas depois de olhar para a capa da Playboy desse mês.

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-Luizinho, deixa pra lá! JOGA PRO COSMOS!

Já joguei, Fay. Já joguei! Obrigado! :o)

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E pra finalizar:

-Luizinho, PRIMEIRO AS MACACAS, DEPOIS A MARGARINA!

Fê, filosofias confundem meu cerebelo. Mas você está certíssima.


Posicionamento do meu, e do teu, cerebelo.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Ai ai! Aquele avião de 2002 que me deixou no chão!

Hoje vi uma amiga que não via há uns 7 anos. Antes disso nem a conhecia.

Tá bom, você que está lendo não precisa entender.

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Quando a vida mandar você fazer loucuras eu sugiro que faça. Só tente verificar se é a tua vida mesmo quem está mandando.

Isso porque o tempo passa, e não existe momento certo ou errado, as coisas só acontecem e pronto. Se você não pega um avião quando tem que pegar, as coisas continuam se movendo, se arrastando e você não chega mais ali, porque elas se mudaram pra outro lugar.

Eu evitei fazer loucuras por muito tempo e com isso me suicidei por milhares de vezes. Agora sinto nostalgia pelas coisas que nunca foram e poderiam ter sido se eu fosse um pouco mais fora do contexto.

Cada saudade das coisas que nunca existiram fizeram cicatrizes no meu coração, que nunca vão sarar, só vão deixar de doer e vão ficar ali gritando: "Não faça isso de novo" ou "não deixe de fazer isso de novo"! As pessoas e oportunidades ficam passando pela tua frente o tempo todo. Você é quem escolhe.

Pelo menos só precisei ressuscitar uma vez. Até agora. E não pretendo morrer de novo.

Mas sabe como é... Essas coisas são meio imprevisíveis.

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Fiquei muito feliz, Fê!! E vê se me convida pra ir no teu laboratório de novo pra ficar no meio daquela "manada" de mulheres bonitas!! :o)

P.S.: É... e você não tem voz de minhoca mesmo.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Talvez depois de eu nascer de novo, ou antes... é possível.

Hoje eu assisti "Sicko", o último filme do Michael Moore. Achei bom.

Tá, tá... ele é sensacionalista etc e tal... mas não deixa de apontar coisas interessantes.

Pra variar os filmes do Michael Moore sempre nos ensinam como governar um povo: Deixe-os com medo ou humilhados. Então eles não enchem o saco.

Levar americanos pra serem tratados pela assistência médica de Cuba foi uma avacalhação com o sistema de saúde americano.

Eu achei ótimo.

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No Rio me levaram sem eu saber pra algo chamado "contato e improvisação".

Tomei um susto quando cheguei lá e vi que as pessoas simplesmente entravam em um quarto, pegavam instrumentos e começavam a fazer qualquer barulho e a se mover e a tocararem uns nos outros.

Foi bem interessante. Você só precisa tomar cuidado pra velhos tarados não passarem a mão na tua bunda.

Vejam bem, eu achei demais. Mas minha natureza não permitiu que eu interagisse muito.

Talvez depois de um pouco de vinho. Talvez depois de uma lavagem cerebral. Quem sabe nessa vida mesmo.

Eu achei legal mesmo. Minha postura defensiva faz com que eu tire sarro das coisas. Tipo o governo americano frente à assistência médica universal.


domingo, 7 de setembro de 2008

Taca a moeda lá por via das dúvidas

Estou no Rio desde sexta feira. Vim ficar na casa da Fay, uma grande amiga que eu não via há séculos.

Ontem fui passear no Jardim Botânico. Muito bonito. Vale a pena dar uma olhada. Orquidário, bromeliário, cactário... Tudo muito legal e curioso, além do parque em si, que é muito gostoso.

Depois fui no parque Lage. Também bacana, mata atlântica, crianças, casais, famílias. Passeios contemplativos.

No fim da manhã me encontrei com a Fay pra ficar falando da vida em um pier perto da casa dela na Lagoa e depois vimos um filme ("Tudo acontece em Elizabethtown" - Bem legalzinho).

Esses passeios me fizeram tirar uma conclusão muito importante sobre o comportamento humano.

As pessoas não podem ver uma aguinha que já arremessam uma moeda com um pedido pra ficarem arquimilionárias.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Partindo para a ciência em prol da humanidade

Hoje resolvi fazer uma experiência antropológica em benefício de todos os homens.

Baseado no fato de que 83% das mulheres com quem falei disseram que é totalmente perceptível quando um homem sai de calça de moleton sem cueca, eu fui almoçar em um restaurante hoje com estes trajes.

O restaurante era por quilo e logo de cara três velhinhas japonesas conversavam animadas. Claro que puxei conversa com elas. Ouvi muitas risadinhas, mas como isso já estava acontecendo antes da minha aproximação, não cheguei a nenhum resultado conclusivo.

-Hmmm, tem firé de frango! Hehehehe!

-Oba! Couve-frô! Hehehehehe!

-As senhoras são muito simpáticas! Vêm sempre aqui?

-Hehehehe!

Depois disso me aproximei da minha mesa e dois rapazes conversavam alegremente em uma mesa próxima.

-Olá. Os rapazes teriam horas?

-Hmmm... meio dia e viiiiintche.

-Obrigado, senhores. E bom apetite.

Tomei precauções para o alvo chave do experimento estar perceptível e ao alcance dos olhos dos participantes.

Mãos moles e risadas com pescoços tombados para trás me fizeram chegar a mesma conclusão das velhinhas japas citadas anteriormente.

Depois disso fui ao supermercado. Primeiramente conversei com três adolescentes que não paravam de rir.

-Com licença, senhoritas...

-Hahahaha... hihihihi...hehehehe...

Depois bati um papo com a caixa que me atendeu. Essa foi super profissional.

-Nota... ...paulista?

Enfim, ainda dei umas voltas por aí. A metodologia não me pareceu boa o suficiente.

Amanhã pretendo testar a aceitação do uso de meias xadrez e bermudas.

Espero ter mais resultados conclusivos dessa vez.