sábado, 26 de julho de 2008

Portugal

Bom, aqui começo a descrever pedaços da viagem que estou fazendo a Portugal... quase nunca terei tempo ou condições para Internet, então farei um resumão de tempos em tempos para quem quiser saber como estou...
Trouxe minha mãe para passear. Inicialmente outra pessoa deveria estar junto conosco, mas desde de fevereiro que tive que mudar os planos... é a vida... enfim, vamos lá...

21-07-2008
Acabei de chegar no aeroporto de Lisboa (6:05 aqui em Portugal), digito do terminal de conexão para o Porto e não sei quando vou publicar isso aqui já que a conexão Wi fi é paga.
A fila do passaporte até que não demorou, mas demoraria menos se eu não estivesse com uma baita dor de barriga. Corri para o banheiro mais próximo depois de passar pela polícia federal rezando para não encontrar ninguém no banheiro. Digo isso porque tenho problemas sérios com o cruzamento entre “defecar x banheiros públicos”, os sons e aromas que podem ser compartilhados com outras pessoas exalam (literalmente) algo primitivo, não pertencente ao nosso século.
Enfim, o banheiro estava vazio, e os sons emitidos por mim não foram bonitos. Porém, contrariando minhas previsões anteriores, quando abro a porta do lugar do vaso, um velhinho baixote, com a cara do José Saramago, estava parado no meio do sanitário, olhando para mim com uma expressão assustada.

- É... - disse eu – É o meu primeiro cocô em Portugal depois de 15 anos. Tive que caprichar. – Lavei as mãos e saí sem demora.

O velhinho continuou lá parado. Acho que estava empalhado.

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Vou fazer um apanhado do que aconteceu até agora, já que não tive oportunidade de tocar no computador. Leia se for meu amigo, família ou se tiver algum interesse em Portugal ou em mim (maníacos assassinos obsessivos sintam-se a vontade). Daqui a pouco saio para Coimbra, então tenho que correr, não esperem reflexões ou o típico sarcasmo, só descreverei o que tenho passado.

21-07-2008
Ao entrar no avião de Lisboa para o Porto minha mãe finalmente dormiu. O vôo atrasou devido às condições climáticas e, depois de meia hora de espera minha mãe acorda e pergunta: “Já chegamos?”. Ainda não tínhamos levantado vôo.
Minha mãe dispensa apresentações. Antes de a apresentarem a alguém ela já disse até o número do sapato, o nome da cachorra e já te deu uns 7 beijos.

Depois encontramos minhas queridíssimos tias-avós Adelaide e Ortélia e fomos almoçar em Espinho, uma cidade de praia, em um restaurante a beira mar muito bom (restaurante bom é o que não falta em Portugal), havia gente falando todas as línguas por todo lado e comemos “espadarte”, um peixe que estava bom pra caralh*. Ah! O vinho também foi um caso a parte... excelente. O lugar é muito agradável, não é a toa que uma vez ou outra sonho em vir morar em Portugal.

Aqui os carros param assim que alguém pisa na faixa de pedestres, no geral, com poucas exceções mal humoradas, as pessoas são impressionantemente simpáticas e educadas.

Depois passamos por Esmoriz, terra da minha avó. Outra cidade praiana. Após irmos dar uma olhada em algumas propriedades do meu avô demos uma volta na cidade, que tem um astral ótimo, uma boa praia, árvores (eucaliptos, acho eu). A parte das árvores é tão legal e grande que parece que a Branca de Neve vai sair correndo dali a qualquer instante com os sete anões atrás.
Fomos ao Palheiro Amarelo, uma escola de surf com idealismos ecológicos (estão a destruir partes da praia devido ao crescimento imobiliário do local) que foi a casa de veraneio dos meus antepassados. Palheiro é uma casa típica de praia em Portugal, toda de madeira e pintada com listras coloridas.

Finalmente chegamos a nossa querida Avanca, terra do meu avô. Avanca é a vila aonde temos uma casa. Nesse momento escrevo de uma cama que provavelmente tem mais de 100 anos. A casa não tem menos que isso também.
Matei minhas saudades percorrendo a casa em si, a adega, o milharal, o celeiro... estou tirando infinitas fotos de tudo e aos poucos coloco no orkut e algumas aqui.

22-07-2008
Pela manhã fui dar uma andada pela vila de Avanca. Estive aqui há 15 anos e o lugar cresceu muito. Há até prédios! A paisagem é linda. Parece um quadro!

Tenho a minha disposição um Mercedes antigão. Estou maravilhado! Adoro carro velho!

À tarde fomos a Aveiro. De novo praia. Visitamos os palheiros e o mercado de peixe. Depois fomos a um café a beira mar, o tempo estava agradável, com uma brisa muito gostosa.

23-07 e 24-07-2008
No dia 23 conhecemos muitos lugares típicos da cidade do Porto. Almoçamos a margem do rio D’Ouro no restaurante Chez lepin, de novo ótima comida (peixe) e vinho. Enfim, conhecemos bem muitas coisas interessantes que seria maçante se fossem escritas. Fomos e voltamos de Comboio (trem). Eficiente, limpo e super confortável. A estação de Avanca é muito bonita de uma maneira rústica, a do Porto é grande e com murais de azulejos portugueses. Também visitamos a antiga bolsa do Porto e igrejas centenárias. Fiquei de queixo caído com a beleza da cidade.

No dia 24 resolvi com minha mãe e tia Lai a nacionalidade portuguesa de minha mãe. Ainda passamos por Esmoriz novamente na volta à Avança. Novamente fomos ao Palheiro Amarelo só para tirar fotos de cada canto da casa.

25-07-2008
Dia de ir a Coimbra, a cidade-cultura (dizem aqui em Portugal que Lisboa diverte-se, Braga reza, Porto trabalha e Coimbra canta). De fato encontramos músicos no meio das ruas estreitas, cafés lindíssimos e com sei lá quantas centenas de anos e igrejas antigas pra cacete... Também conhecemos a Universidade de Coimbra, uma das mais antigas da Europa, com uma biblioteca que é algo espetacular, pena que em muitos lugares as fotos não são permitidas, mas de qualquer maneira tenho visto muitas coisas sensacionais.

Antes de ver tudo isso fomos a Conímbriga, povoado que existe desde antes de 1 a.c., e que foi ocupado posteriormente pelos romanos (a cidade é mais antiga do que Roma!!). Visitamos as ruínas e o museu de Conímbriga. Pra variar foi espetacular.

Nota triste: Detonei a lataria da parte lateral traseira do carro da minha tia (não o Mercedão, o Pegeout) quando tentava manobrar em uma ruela estreitíssima de Coimbra.

Tenho bebido vinhos excelentes todos os dias. O que literalmente me alegra muito. O que eu realmente precisava nos últimos tempos.

Um comentário:

Gabi disse...

Vc está passando pelo mesmo aperto que eu: muita coisa para escrever, e atualmente as pessoas não têm tempo para ler. Mas eu gosto de ler seus comentários, acho que consigo perceber o que você sente... E dou muita risada também!
A Europa é cheia de coisas lindas, não? O triste é que nem as fotos e nem as nossas palavras são suficientes para descrever.