quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

No entanto eu fico vermelho quando tomo sol.

Percebo que sou uma fraude.

As pessoas mais próximas me informam que sou arrogante. As não tão próximas afirmam que sou inteligente. Aproveito-me disso. O meu semblante de sujeito culto e minha tez de gringo já me abriram diversas portas e continuarão a abrir.

Outro dia fui renovar minha CNH e uma senhora do DETRAN me retirou gentilmente da enorme fila para a qual fui direcionado e me levou para uma confortável cadeira na frente da mesa dela.

Atendeu-me prontamente perguntando:

-Veio tirar habilitação para estrangeiros?

Eu não fui tirar habilitação para estrangeiros. Os mangues de PE são bem conhecidos por mim e nasci no pé do cais de Santos. Mas a confusão me resolveu boa parte da burocracia imposta às pessoas de semblante xucro e tez mais adequada ao sol implacável do nordeste brasileiro. Minha brancura é devida a algum holandês, alemão ou italiano infeliz que caiu por essas terras, fugindo de alguma grande guerra.

Essa mentalidade de colonizado ainda me oferece benefícios.

Como é que se faz para começar uma carreira de coronel?

4 comentários:

Bianca disse...

Bom por aqui não te safavas, a tua tez seria igual aos demais :-), mas para Coronel não seria difícil, nem mais que fosse num palco qualquer da cidade.
:-*

Luizinho disse...

:)

Luizinho disse...

:)

Mari Lee disse...

Me identifico totalmente!
Há vantagens e desvantagens em ter cara de estrangeiro... sempre que quero comprar alguma coisa em Salvador (terra da minha mãe) tenho que ir com a minha tia, ou me cobram o triplo do preço.