terça-feira, 26 de julho de 2011

Cansei da minha própria raça. Somos todos idiotas.


Andei pensando (!?!?!?) sobre umas coisas. Algumas coisas socio-teológicas.
Isso. Sócio-teológicas. Soou arrogante o suficiente.

Costumo ficar puto com muitas coisas. Uma delas é a bestialidade com que ateus (não se enganem, me coloco entre eles, se é que o conceito de deus é restrito o suficiente para que eu componha o pelotão dos sem-fé) abordam o cristianismo.

Falar mal de religiosos já está batido demais. Então resolvi comentar algo sobre a estupidez da maioria daqueles que pregam abobalhadamente o fim imediato de qualquer instituição que não seja laica. Vejo isso como vejo o orgulho com que veganos radicais atacam os carnívoros... ...ou os que usam carteira de couro... ou todos os que não fotosintetizam. Ou seja, vejo isso como vejo qualquer pessoa que não leva em consideração diversos aspectos do ser humano, da sua história e da sua evolução.

Nós vivemos em um mundo cristão (nós. você e eu). Me impressiona muito o deslumbre intelectual sobre mitologia grega, ícones pagãos, deuses de comunidades americanas nativas, os milhares de personagens sobrenaturais de diversas civilizações orientais... e por aí vai. Houve e há barbaridade relacionada a essas "peculiaridades antropológicas" que fariam com que os pêlos do rabo de qualquer ser humano "civilizado" ficassem eriçados. No entanto, a grande parcela dos meus companheiros, que estudaram em grandes instituições de ensino e pesquisa, parece não conhecer quase nada sobre aquilo que atacam, e atacam de uma maneira tão simplória que soa patético, assim como soa patético a maioria dos fanáticos religiosos tentando falar algo sobre evolução e origem das espécies.

Digo e repito: a mitologia cristã é tão, ou mais, interessante do que qualquer outra. Não me façam passar vergonha, meus amigos. Ao questionarem um homem de fé, questionem um doutor no assunto, e não um fiel semi analfabeto.

Já esbarrei com diversos "revolucionários" (pseudo(-)intelectuais como eu usam muitas aspas na falta de um vocabulário mais apropriado) que ao criticarem, em não menos do que 50000 palavras, o cristianismo, concluem com um singelo "eu não sei nada sobre a história dessa religião", ou "eu evito entrar em igrejas", ou "eu não quero nem saber o que está escrito na bíblia". Não entendo bem. Posso falar algo com 50000 palavras sobre física nuclear, mesmo sem saber nada sobre o assunto, mas jamais seria levado a sério.

Há outros meandros que valeriam a pena serem comentados. Como a coragem de personagens associados com a fé cristã que se meteram e abraçaram causas como raramente vi acontecer com meus companheiros de profissão. Os meios pelos quais isso acontece são discutíveis, esse é um assunto espinhoso que não vale ser publicado em um post bobo como esse. Mas eu sinceramente não consigo enxergar candidatos à intelectuais da classe média-alta se engalfinhando com qualquer questão que tire o seu conforto. Nós somos muito apegados a certas coisas, apesar de constantemente brincarmos de Indiana Jones para dar algum significado a nossas vidas. Eu faço isso. É bastante fácil ser contra ou a favor de algo quando no final do dia você pode voltar para o seu sofá no bairro nobre da cidade. Pessoas assim não deveriam criticar tão ferrenhamente certos setores da sociedade. Estou entre essas pessoas e deixei de disparar palavrões contra as "vossas santidades" antes de saber de fato quem são.

A infância custa a nos largar, companheiros. Crianças culpam as pernas da mesa depois de toparem nelas.

Enfim, cansei de falar sobre isso.

Mas ainda poderia continuar por mais uns 2000000 de caracteres.

4 comentários:

Lucão disse...

Grande Luiz!
Gostei muito do post e compartilho seu ponto de vista.
Tem uma leitura interessantíssima sobre o assunto que eu humildemente recomendo: "O castelo nos pirineus" do Jostein Gaarder.
Abraço

Luizinho disse...

Fala, Lucas!!
De fato esse assunto é algo que me irritava um pouco no mundo uspiano. às vezes estar na maior universidade da américa latina acaba subindo à cabeça e nos deixa meio arrogantes demais. Espero que você esteja imune à isso. :)
Quanto ao livro do Gaarder (foi o memso que escreveu "o mundo de sofia", "o pássaro raro" e "o dia do curinga", não é? Eu tenho esses livros aqui em casa, mas ainda não li o que você recomendou. Vou fazer isso! Valeu!
Abraço, cara! Se cuida aí!

Dark disse...

Gostei, Luís. Criticar aquilo que não tentou sequer conhecer-se, deveria ser criminalizado ! Abração. Adriano

Mauro Vieira disse...

Legal Luizinho! Gostei do post e o achei bem realista, apesar de que, como estudante de História, já sou suspeito né
parabéns pelo seu blog e estou montando o meu, dá uma olhada. abração