Uma delas era uma brasileira criada em outro
país. Loira de olhos azuis, linda, inteligentíssima, com a cabeça cheia de
borboletas, minhocas, pássaros e macacos. Perturbada. Acadêmica como eu tento ser, só que melhor,
fazia com que eu quisesse ser mais do que eu sou. Buscava tanto, e eu era um só, que apesar da possibilidade remota de
algo razoavelmente estável, o negócio todo era uma tempestade excitante e
frustante ao mesmo tempo. O sexo era praticamente mágico e não havia como ser
diferente, desde o começo foi quase um milagre.
A outra era uma brasileira que morava em outro
país. Morena incrivelmente provocante, linda, inteligentíssima, com a cabeça
cheia de cinema, letras, bares e filosofias. Perturbada. Desesperada como eu
pareço ser, só que mais sincera, fazia com que eu quisesse ser mais do que sou.
Tinha tamanhas complicações na vida pessoal que qualquer coisa de qualquer
tipo era impossível. Brochei após o frenesi inicial, em todos os sentidos,
imediatamente após por as mãos naquela figura, apesar de louvar a criatura como
se fosse uma santa.
Me sinto meio Groucho Marx, que se recusava a
participar de qualquer clube que o aceitasse como sócio.
Um comentário:
http://letras.mus.br/chico-buarque/45180/
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